terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Fórum Social Mundial Palestina Livre


Pela Palestina Livre!
Foto: Olga Herbertz

Na última semana Porto Alegre foi sede de mais um Fórum Social Mundial, desta vez o Fórum Palestina Livre. O tema descontentou vários setores da sociedade, alguns dos quais retiraram o apoio ao evento como forma de pressão para a não realização. No entanto a pressão falhou e o Fórum aconteceu coincidentemente em um período em que os ataques à Palestina voltaram a se intensificar.

O movimento Sionista
A primeira questão que precisa ficar clara é a relação do conflito na Palestina com o movimento Sionista. É muito comum existir confusão entre este movimento e o Judaísmo.
O Judaísmo é uma religião seguida no mundo todo. O movimento Sionista surge ainda no século XVIII em busca de um espaço físico (terras) para os judeus europeus, que sofriam com o preconceito, sendo agravado nas guerras mundiais. No entanto o sionismo é um movimento político, de grande viés econômico, construído por judeus, cristãos, árabes e até mesmo alguns palestinos que criou, com respaldo de grandes potências mundiais, o Estado de Israel, em terras que já eram habitadas anteriormente. Ou seja, o Movimento Sionista entrou em terras alheias e tomou tudo que existia nelas, inclusive grandes riquezas materiais. Quanto aos judeus, muitos são contra Israel e defensores da Palestina, é errado afirmar que “os judeus estão repetindo o holocausto que eles mesmos sofreram” simplesmente por que não são os judeus apenas que mantém Israel e bombardeiam a Palestina.

Israel, a mídia e a manipulação
Hoje os Sionistas têm significativa influência financeira no mundo todo, tendo, por exemplo, 96% da mídia mundial nas mãos, o que facilita a manipulação da informação de massa e a inversão de papéis da chamada guerra da Palestina (Que de guerra não tem nada, uma vez que a Palestina mal consegue se defender).
Além da questão midiática, Israel tem nas mãos grandes empresas das mais diversas áreas, como Petróleo e Segurança. Tais empresas trabalham em grandes eventos mundiais, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, facilitando assim as “negociações” (ou chantagem) de países que são apoios fundamentais para Israel.

BDS – Boicote, Descapitalização e sansões  
Foto: Olga Herbertz
A partir da importância econômica de Israel surge uma nova forma de resistência, o que chamamos de BDS - Boicote, Descapitalização e Sansões – que atingiria de forma direta o principal braço de apoio da ocupação, as empresas privadas. A ‘xis’ do BDS está em pressionar governos para que não aceitem contratos destas empresas. No Brasil a G4S entra por meio de segurança em bancos, aeroportos (tem contrato com a Embraer) e agora trabalhará com todo o sistema de internet banda larga do país. Essa mesma empresa faz a segurança dos presídios palestinos e legitima inclusive a tortura.

Israel e a questão LGBTQ
Israel tem promovido uma política extremamente eficiente para ganhar a confiança do mundo todo. Além da influência econômica, os sionistas tem se mostrado bastante condizentes com assuntos em geral polêmicos no Oriente Médio, como o problema das mulheres e da comunidade LGBTQ. Em Israel já é permitido o casamento gay e a entrada de homossexuais, e mulheres, no exército. Desta forma Israel se mostra muito simpático frente à preconceituosa e conservadora Palestina das mulheres de véu. No entanto ao mesmo tempo em que diz respeitar mulheres e homossexuais, os sionistas torturam, estupram e humilham homens, mulheres e crianças nos seus presídios. Não respeitam qualquer lei internacional de Direitos Humanos, prendendo pessoas sem motivos aparentes e sem direito de defesa. O movimento LGBTQ repudia Israel por este motivo, uma vez que não quer ser objeto de conquista e opressão de povos.


Foto: Olga Herbertz

 “Não haverá paz no mundo enquanto a Palestina não for livre.” Essa frase foi repetida diversas vezes durante todo o evento. A invasão da Palestina é a atual “Guerra sem fim” criada pelos governos estadunidenses para sustentar a indústria bélica e de guerra. Precisamos dar todo nosso apoio à Palestina, por que sua defesa é a defesa da paz mundial! É a defesa da justiça! É a defesa dos Direitos Humanos. Viva a Palestina Livre! 
 
 Texto: Olga Herbertz