domingo, 8 de julho de 2012

Mobilizar os estudantes para mudar a Educação

O último período foi de mobilizações nas universidades em todo o país. Tivemos deflagração de greve dos professores, dos técnicos administrativos e a greve estudantil deflagrada em mais de 25 universidades federais, que além do apoiar a greve das demais categorias tem reivindicações próprias. Nós, do Diretório Central dos Estudantes, estamos construindo a greve estudantil na UFSM, por compreendemos ser fundamental os estudantes estarem mobilizados para conquistarmos tanto reivindicações locais de infraestrutura, contratação de professores, melhorias nas casas de estudante, como lutas nacionais a exemplo dos 10 % dos investimentos públicos para a educação Pública.

Apesar da ampliação das vagas das universidades públicas que no último período (2003- 2011) duplicaram, indo de 110 mil para mais de 230 mil, continuamos com uma universidade para poucos. Atualmente, apenas cerca de apenas 4% dos jovens tem acesso a universidade pública, ou seja, a educação superior continua sendo um sonho distante para a maioria da população. Lutamos para que além do acesso, os estudantes tenham um ensino de qualidade e condições de permanência, sendo necessário o aumento dos recursos do Programa Nacional Assistência Estudantil, garantindo moradia, alimentação e atendimentos básicos para os estudantes de baixa renda. 

Para tudo isso é fundamental a ampliação radical dos investimentos para a educação pública, com a aprovação do Plano Nacional de Educação, que tem como meta alcançar nos próximos 10 anos a destinação de 10% do PIB para a educação. Defendemos também o Projeto de Lei 180/08 que propõe que 50% das vagas para a graduação nas universidades públicas sejam destinados para estudantes que provem de escolas públicas, com recorte racial de acordo com os índices da população regional e que 25 % destas vagas sejam para estudantes com renda familiar de até um salário mínimo e meio. Sabemos que somente melhorias físicas e nos investimentos não bastam, é necessário alterar o caráter da universidade no Brasil que é elitista e conservadora, fazendo com que ela cumpra com o papel social de servir as reais demandas da maioria da população. 

Uma universidade a serviço da classe trabalhadora e suas lutas, como a reforma agrária, reforma urbana, democratização dos meios de comunicação, fortalecimento do SUS etc. Para que a universidade cumpra este papel emancipador faz – se necessário que supere o modelo tradicional de ensino bancário e distante da realidade, com a construção de uma formação integral, que integre ensino pesquisa e extensão, através da curricularização da extensão garantindo que a produção e socialização do conhecimento se deem de forma participativa, empoderando as comunidades para a superação dos problemas sociais. 

É hora de somar forças! Compreendemos que para transformar a educação no país é fundamental todos os setores da educação estarem unidos e mobilizados com o apoio de toda a sociedade. O movimento não pode ficar inerte, pautado apenas por uma postura reativa perante as políticas educacionais do Governo, a luta pela educação não se resume a uma polarização entre os contra ou a favor destas, mas em ações concretas como a Marcha pela Educação Pública que ocorreu na última sexta-feira, que unificou e mobilizou estudantes, professores, técnicos administrativos, movimentos sociais e toda sociedade, possibilitando fortalecer nossas lutas e pressionando os governos para avançar em reais conquistas para a educação e construirmos a educação que sonhamos.